A medicina, como muitas outras áreas,
vem passando por evoluções significativas. O uso de meta-dados para ajudar na
prevenção e tratamento é de sobremodo crescente e criativo em vários ramos da
medicina. Exemplos como; eletrodos inseridos na camada superior do cérebro que mapeiam
atividades do sistema nervoso central de um paciente com Alzheimer, ou mesmo as
conhecidas próteses de precisão para suprimir problemas em diversas partes do
corpo.
Pesquisadores norte-americanos estão
em fase de avaliações de uma prótese cem por cento controlada pelo cérebro
através de eletrodos, é notável que a inserção da tecnologia na biomedicina
traz ganhos evidentes, entretanto a necessidade de participação do profissional
medico é fundamental mediante quaisquer avanços tecnológicos. Outro ponto
interessante a ser discutido é o custo ao estado, a projeção mecatrônica desses
dispositivos de suporte medico, por se tratarem de inovações, no geral são de
um valor elevado. Mediante a isso, o auxílio de robôs em técnicas
cirúrgicas é garantia de sucesso?
Segundo o autor Sidney Perkowitz em
seu livro "Digital People", existe uma separação entre as categorias
de dispositivos. Baseado na separação feita por ele, um automatismo é um
dispositivo que se move, tem partes eletrônicas e mecânicas, e faz isso por
condições fixadas por humanos. Deixando claro que o dispositivo não possui
inteligência artificial. Em contramão, um robô é um dispositivo autômato ou
semi-autômato programado para funcionar de modo semelhante a uma entidade viva,
incluindo partes mecânicas, eletrônicas e programas. Aplicando essa definição
na medicina robótica, podemos verificar que o que comumente chamamos de robôs,
na verdade são apenas automatismos ou dispositivos mecatrônicos que estão
disponíveis para o auxílio dos médicos, poderia ser perigosa para o paciente a
ideia de ter um robô propriamente dito realizando os trabalhos cirúrgicos, pois
a área da inteligência artificial não está tão desenvolvida a ponto de fazer o
robô pensar como um profissional da medicina formado e com experiência.
Outro aspecto importante a ser
analisado é a viabilização de recursos obtenção desses dispositivos, no Brasil
há filas incessantes de espera para obtenção de próteses com apoio mecatrônico.
A tecnologia importada custa pesados valores aos cofres públicos, necessitando
de uma viabilização para essa aquisição.
A robótica médica tem se consolidado
com de maneira satisfatória no Brasil. Isso tem ajudado em cirurgias que tinham
como consequências um elevado tempo pós-operatório e várias complicações
permanentes. Um exemplo disso são as cirurgias de correção de hérnias ventrais
da linha média, que comprometiam uma grande área de pele do paciente para a
realização da cirurgia e poderiam danificar a coluna vertebral. Visto essa
situação, o Hospital Sírio-Libanês realizou durante os anos de 2009 e 2012 essa
cirurgia assistida pelo sistema robótico da Vinci S. O mesmo se encarregava de
funções que para o cirurgião precisavam de alta precisão, como delimitação da
pele a ser sofrer a incisão, a sutura a ser feita no pós-operatório, etc. Isso
resultou em períodos pós-operatórios muito mais curtos, tempo de cirurgia
reduzido e nenhuma morte dos pacientes que participaram.
Outro exemplo deste notável avanço, no
mesmo hospital e com o mesmo sistema robótico, foi com a cirurgia de redução de
gordura corporal, que é geralmente aplicada a pessoas com alto grau de
obesidade. Cirurgias como bariátrica e lipoaspiração tiveram o tempo de duração
drasticamente reduzido, com redução considerável dos danos causados aos órgãos
e tecidos do paciente. Apenas uma complicação grave ocorreu, uma injúria no
intestino de um dos pacientes, que foi rapidamente localizada e tratada.
Este ramo da medicina já possui uma
excelente taxa de aceitação e sucesso no Brasil e no mundo, visto que o mesmo
proporciona vários benefícios para o paciente, como melhor precisão em
procedimentos delicados e arriscados, acesso a banco de dados de auxílio, etc.
Um fato bastante importante a ser destacado é a imparcialidade do sistema, que
não é sujeito a emoções extremas, que poderiam comprometer o estado do médico
responsável e, consequentemente, a vida do paciente. Um sistema robótico tem
como premissa realizar o melhor caso e de maneira eficaz e precisa.
Uma cirurgia robô-assistida tem se
mostrado uma das melhores maneiras de realizar cirurgias de alto risco, que
requerem bastante habilidade e precisão do médico cirurgião, coisa que é
bastante arriscada de ser comprometida a uma pessoa. A mesma pode ser passível
de mais estudos, para que possa ser aplicada em mais áreas que necessitem de
mais segurança para o paciente. Encarregava de funções que para o
cirurgião precisavam de alta precisão, como delimitação da pele a ser sofrer a
incisão, a sutura a ser feita no pós-operatório, etc.
Mediante aos fatos
apresentados torna-se necessário algumas intervenções conceituais para o
aprimoramento da medicina robótica, pois mesmo que em quantidade reduzida, já houve
casos que ocorreram complicações pós-cirúrgicas depois de aplicado o método.
Assim como o mais simples dos equipamentos precisam de manutenção, essas
máquinas apesar de serem muito bem calculadas precisam de revisão. Do mesmo modo devido ao
alto valor para manutenção desses equipamentos, a viabilização por meio de
tecnologia nacional, oriunda das universidades brasileiras e iniciativa privada
trarão ao país novos patamares em pesquisa e desenvolvimento, para que a médio ou
longo prazo se tenha uma menor prioridade em importação biotecnológica.
Autores:
Bruno Libório
Dimerson Lucas
Felipe Santos
Ronaldo Dorgam